Aos namorados carentes:

No começo, ela só tinha olhos para você. Uma única gracinha já derretia seu corpo quente. Um simples beijo e aquele mulherão era seu. Hoje, seus lábios (mais frios) se tocam tanto quanto suas piadas a fazem rir. De repente o trabalho, a família, os amigos, o futuro… todos fortes concorrentes pela atenção da moça. E você, de alma gêmea, tornou-se… namorado.

Não foi culpa sua – nem dela! Embora tivessem certeza de que sua relação seria diferente, especial, única, ela não é. E agora você se percebe flertando com colegas de trabalho, retomando velhas amizades, vendo os amigos com mais frequência. Que bom! Aquela fase grudenta, de idolatria quase sufocante à “mulher da sua vida” já tinha dado o que tinha que dar mesmo.

Ela também está prestando mais atenção em outras alternativas e avaliando novas possibilidades. De sexo, de romance, de elevação da auto-estima. Estranho seria se não o fizesse. Afinal, você não é mesmo tudo isso. Sem ofensa! É que nenhum ser (pelo menos não humano) é capaz de corresponder a todas as expectativas criadas sobre ele. E por isso tanto ela, quanto o namorado dela (você), estão assim…meio abandonados. Mas não se preocupe. Logo vem aquele sentimento de culpa, um arrependimento sem fim por não ter dado o devido valor à sua grande companheira (“isso é que é mulher!”) e qualidades nunca antes notadas no caráter da moça substituirão, em seus pensamentos, todo o charme e contornos daquela vizinha que – imagine só! – ainda o acha engraçado.

Não aconteceu?

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2 comentários em “Aos namorados carentes:

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