Admirar um ídolo é fácil. O fascínio que sentimos pela pessoa torna natural, para nós, identificar qualidades e reduzir defeitos. Mas e admirar um rival? Reconhecer que a atual do seu ex é bonita (e inteligente e simpática…), que aquele colega mala de fato se empenha mais no trabalho, que o estrela do time realmente merece o título de estrela… Difícil, né?
Não se sinta mal – ou tente negar o fato. Faz parte da natureza humana sentir raiva, medo e reagir, instintivamente, de forma defensiva. O lance é reconhecer a dificuldade e tentar superá-la. Identificar qualidades no “inimigo” não nos torna menor. Ao contrário, nos torna espertos o bastante para analisar o adversário e até, por que não?, aprender com ele. Ao transformar a inveja, o medo ou o ressentimento em admiração, quem sai ganhando é você.
E quando o rival é ex-ídolo, que só virou oponente porque trocou de lado? Oras, se a mudança foi “sem sacanagem” e o cara continua sendo o mesmo “sangue bom” de sempre, por que não continuar reconhecendo suas qualidades, aplaudir suas conquistas e admirá-lo, mesmo jogando em outro time?
Quase chorei
Ao entrar, no segundo tempo, na partida contra o Arsenal, na última terça (19), o brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva, que joga pelo Shakhtar Donetsk, foi extremamente aplaudido pelos torcedores… do outro time. Ex-jogador do Arsenal, o brasileiro não comemorou ao marcar o gol de honra do Shakhtar Donetsk, quando o time inglês vencia por 5 a 0. Resultado? Foi novamente ovacionado na arquibancada adversária.