Outro dia, em uma festa, engatei uma conversa com três cariocas (eu diria “três simpáticos cariocas” mas, em se tratando dos nossos vizinhos, isso seria redundância). Após responderem “sucesso” quando perguntei o que vieram fazer em São Paulo, o assunto debandou para o futebol. Celebrando uma feliz série de jogos, os três rubro-negros me perguntaram sobre o Flamengo. Respondi que achava curioso como o Zico, tido como um cara ético e profissional, não conseguiu levar o time à vitória, enquanto o famigerado Luxemburgo, sob seus crimes de sonegação fiscal e acusações de liderar esquema de compra e venda de jogadores, recuperou a alegria da maior torcida do Brasil. Resposta? “É… pois é.”
Há quem repreenda apoiadores do político Paulo Maluf, que defendem que o ex-governador de São Paulo “rouba mas faz”. Infelizmente, o que tenho percebido, tanto no campo da política quanto em outras áreas da vida – futebol sendo uma delas – é que a premissa dos malufistas tomou conta da sociedade. É corrupto mas me dá emprego? É malandro mas faz meu time ganhar? Então que se danem caras como Zico e tantos outros…
Ética x Vitória
Eu sei que bom-mocismo não é sinônimo de vitória. Longe de mim ignorar uma das grandes contradições do futebol, que é a de que um cara legal fora de campo nem sempre dá show dentro das quatro linhas – e vice-versa. Mas que poderíamos refletir sobre o quanto queremos apoiar um “sacana”, por mais alegrias que ele nos traga… ah, poderíamos!
matéria sensacional!
é mesmo!