O outro foi melhor

Difícil admitir, né? Não foi alguma coisa que você fez de errado, uma besteira que disse, um exagero, uma deficiência, um mal-entendido. Não foi você que, por descaso, dificuldades momentâneas ou “falta de sorte”, perdeu o posto que gostaria de ocupar. Foi o outro que se superou e, assim, superou você. Pois é, isso significa reconhecer que, hoje, para aquela tarefa, o seu melhor… simplesmente não é o bastante.

Afinal, concordemos: ter sido o melhor uma vez não te dá garantia de ocupar o posto infinitamente. Pode ser que um dia aquela loirinha linda tenha brigado com o mundo por sua causa, mas hoje, fazer o quê?, ela prefere o baixinho que a mima com bombons diários. Inegável o quanto seu talento contribuiu para o sucesso da empresa, mas agora, vai entender!, eles optam pelo moleque que manja de redes sociais. E aquele cara que cresceu com você, parceiro de todas as horas, que um ano depois não aparece no seu aniversário e sequer liga?! É, amigo, você era especial. Era.

E aí, em vez de olhar para quem ocupou seu espaço, analisá-lo, se deixar encantar por ele e, finalmente, aprender com o vencedor (sim, porque não foi só você quem perdeu, há um outro que ganhou!), o que o indivíduo faz? Olha só para o próprio umbigo, iludido de que ele ainda é o centro do mundo, e procura justificativas que expliquem como ele “entregou a vitória” desse jeito!

Sem dúvida que o exercício da autoavaliação é importantíssimo e que aproveitar momentos de crise para mudar e crescer costuma ser produtivo, mas… vamos deixar a vaidade e arrogância um pouco de lado e admitir que o outro foi melhor? Sério, aceite o fato, pare de menosprezar o adversário e use essa indignação para evoluir. Ninguém vai te chamar de acomodado, “pastelzão”. Ao contrário, isso só trará a admiração de quem há tempos queria te ver descer do salto e, enfim, caminhar ainda mais rápido de volta ao topo (“porque no fundo ele é um cara legal, né?”).

Então, São Paulo…

…chega de tratar o Avaí como “time pequeno” e ignorar que o grupo se superou ao eliminá-los da Copa do Brasil, com o placar de 3 x 1, em Florianópolis, e vamos logo encarar a dura verdade: vocês não levam um título desde 2008, vão para a terceira troca de técnico desde lá (Carpegiani fica ou não fica?), há tempos vocês lidam com problemas de relacionamento entre o elenco e, sim, estão perdendo, cada vez mais, para “time pequeno”. Em um campeonato onde entre os semifinalistas estão Ceará (que eliminou o Flamengo) e Coritiba (algoz do Palmeiras), qual a grande “vergonha” em perder para o Avaí? Revoltem-se e mudem para melhor, mas aceitem que já não são mais tudo isso… ok?

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