Que alegria ter rivais. Quando tudo parece dar errado, olhar para a vida dos “inimigos” e ver que as coisas daquele lado do rio também andam mal, ameniza as mazelas. Terrível admitir isso, tão politicamente incorreto e… vil, não é mesmo? Mas é a verdade. Seu time é eliminado e o primeiro pensamento – bom, talvez o terceiro depois de “técnico retranqueiro do caramba” e “eita golerinho frangueiro” – é “bom, agora é torcer pros caras perderem mais tarde”. E imediatamente a esperança de uma segunda-feira menos sofrível é recuperada!
Quando se compete por alegrias – num mundo cada vez mais em favor dos vitoriosos e propagador do (in)sucesso alheio -, inevitavelmente alguém acaba triste. E, inevitavelmente, torce-se para que as lágrimas da rodada escorram na face da outra torcida, nunca na nossa. Então assim, de olho no próximo jogo do rival, a gente vai tentando conciliar nossas frustrações com as desventuras do vizinho, numa conta cruel que nem sempre fecha.
Tudo isso, vale dizer, é conversa e recurso para quando o time está em crise, na famigerada “má fase”. Porque, quando ocupa, lindo e pomposo, um lugar no topo da tabela, torcedor nenhum perde tanto tempo cuidando da vida alheia, certo?
Bom, talvez perca para se gabar.