Dificuldade x oportunidade

A cada dia concordo mais com Winston Churchill: “um pessimista vê uma dificuldade em cada oportunidade, enquanto um otimista vê uma oportunidade em cada dificuldade”. Aposto que, como eu, o escritor e primeiro ministro inglês, morto em 1965, também odiava ouvir “ai, acho meio difícil.” Caramba, primeiro tente. Depois, quem sabe, permita-se considerar a possibilidade de que possa ser “meio difícil”.
Quando confrontadas com um desafio ou uma tarefa diferente daquelas já habituais, algumas pessoas, invadidas por uma combinação de preguiça, medo e burrice, armam-se de desculpas para fugir do que consideram uma dificuldade. Essas são as que dizem coisas como “acho que não dá” e “só estou sendo realista”. Por sorte (da humanidade), também existem as que, frente o desconhecido, reagem com brilho nos olhos! Certas de que a dificuldade valoriza a conquista, agarram oportunidades com a confiança de quem nasceu para ser titular. Sabe o que estas pessoas dizem? Nada. Elas jogam.

Reservas em campo

Domingo (14), queria ver como se comportariam os reservas do Palmeiras contra o Atlético-GO, em Goiânia. Na vitória por 1 a 0 contra o Guarani, no domingo anterior (7), alguns mostraram garra de titular. E, na partida entre São Paulo e Vasco, em São Januário, minha expectativa estava no jovem Zé Vitor. Com a saída de Rodrigo “incômodo nas costas” Souto, o menino de 19 anos teria sua primeira grande oportunidade no time de Carpegiani. Bom, o Palmeiras perdeu de 3 x 0 e o São Paulo ficou no 1 x 1, resultado que praticamente elimina as chances do Tricolor conseguir vaga na Libertadores…

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Jogadores ‘imprestáveis’

Todo mundo ou ninguém é substituível? Pense nos seus colegas de trabalho. Quantos, se demitidos, realmente fariam falta? Você faria falta? Ou, com alguns meses de treino, outra pessoa poderia desempenhar a sua função com a mesma qualidade e comprometimento?

E então você se questiona: como poderia me tornar insubstituível? Uma maneira é centralizar as grandes decisões em você. Menosprezar a capacidade dos colegas em fazer escolhas acertadas, bradar suas vitórias e tornar o time, de certa forma, dependente da sua atuação. Injusto com a equipe? Extremamente. Repressor quanto a novos possíveis talentos? Muito. Mas, como o que importa é subir na tabela e como, no fundo, você sabe que é, sim, substituível, você perpetua o coronelismo/populismo que o lançou à categoria de “lenda”.

Outra maneira é simplesmente ser muito bom no que faz, mostrar-se de fato preocupado com o grupo, transbordar paixão pelo ofício e saber que até os grandes líderes podem ser trocados. A diferença é que, estes, além de virarem referência, não são jamais esquecidos.

Rogério Ceni = ídolo

 
“O Sócrates é invendável e imprestável”, já dizia Vicente Matheus. O Dagoberto, do São Paulo, por exemplo, é um cara que faz diferença em campo, como visto no jogo do Tricolor contra o Atlético-GO (e primeira vitória do técnico Sérgio Baresi), na quinta (2), mas não é “imprestável”. Se ele sair, outros brilharão. Agora, Rogério Ceni… este, sim, soube se tornar inesquecível.