Lembranças da Copa

Diremos que a vida segue…

Nós diremos que a vida continua. Que foi só um jogo e que nada vai mudar por causa desse resultado. Nós nomearemos “culpados” e, sobre eles, descarregaremos toda a nossa raiva e frustração. Nós pensaremos “como somos idiotas” por torcer tanto para quem, à vezes, parece nem lembrar que existimos. Nós transformaremos a paixão por futebol em “patriotismo burro”, só para amenizar um pouco a sensação de amantes que, ingênuos, se entregam só para sair com um coração partido. Nós faremos piadas! Muitas piadas para, com graça, esquecer um pouco da desgraça e seguir em frente. Nós retomaremos o amor pelo “time do coração” e diremos que “só ele importa”. Nós celebraremos a derrota argentina e o choro de Maradona como se a Holanda jamais tivesse feito aqueles gols. É, nós diremos que a vida continua. Ela continua apesar da raiva, da mágoa, das lágrimas… da derrota. Nós diremos que ela continua.

E quem vai nos consolar?
Nesta briga entre o Dunga e a imprensa quem saiu perdendo foi o torcedor. O torcedor que não conseguiu jamais comemorar uma vitória brasileira sem antes ser “alertado” sobre o próximo jogo e sobre as dezenas de “pontos falhos” do time escolhido pelo técnico. O torcedor que não ouvia os jogadores nem pode ter seus gritos de apoio ecoados para os atletas lá na África. O torcedor que até agora não sabe direito o que aconteceu. Com o Dunga, com a imprensa, com aquele segundo tempo…

Coluna publicada no jornal MAIS em 04/07/2010

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Debate ou blá-blá-blá?

Não tem jeito: se há um grupo de homens reunido, o assunto futebol
inevitavelmente vira pauta da conversa. Aliás, se o ambiente for
favorável (pense em um bar), bastam dois representantes do sexo
masculino para temas como a validade do Mundial de Clubes conquistado
pelo Corinthians em 2000 ou a qualidade do time de Dunga virarem debates
fervorosos.
Para quem está no bate-papo, o assunto parece a grande discussão do
momento, com resoluções capazes de mudar o mundo. Mas, para os que
apenas observam, em especial se a pessoa não é lá muito fã do esporte
(pense em grande parte das mulheres), tais falas soam como repetidos
blá-blá-blás em entonações variadas. Para este mero espectador, que
inevitavelmente enfrentará perguntas como “lembra disso?” ou “não
concorda comigo?” e para as quais não tem ideia da resposta, minha dica
é: saia de fininho. Ou então aprenda quem, afinal, é esse tal de André.

Mulheres e futebol
Se você de fato deseja a companhia de uma mulher (deseja mais do que
provar ao amigo que o Neymar deveria ter ido à Copa), mas a conversa da
galera debandou para o futebol, procure:

1- pelo menos situar a moça. Por exemplo, não diga só “Mourinho”, mas “Mourinho, técnico do Real Madrid, onde joga o C. Ronaldo”.

2- jamais perguntar se ela lembra de um lance (a gente não lembra!).

3- mudar de assunto.