Tem uma expressão em inglês que eu adoro: “There’s no I in team.” A letra “i”, no idioma, significa “eu”. Assim, a frase brinca com esse duplo sentido para dizer que, da mesma forma que não há a letra “i” na palavra “team” (time, em inglês), também não existe “eu”, ou seja: em uma equipe, não há espaço para individualismo – a não ser, claro, aquele que funciona a favor do grupo.
Da mesma forma que vitórias devem ser compartilhadas, a culpa pela derrota jamais pode cair sobre os ombros de uma só pessoa. O cara fez o gol do título? Sim, o craque merece os louros. Mas nunca todos os créditos. Afinal, ele só marcou porque o técnico o escalou e seus companheiros lhe deram cobertura. O time está em uma má fase? Não crucifique o zagueiro que fez gol contra!
Achar um culpado acalma a alma e, melhor, tira o peso de ter que pensar sobre a sua parcela de responsabilidade na “crise”. Atitude covarde? Muito. Rara? Longe disso. Arrisco dizer que todo mundo, pelo menos uma vez na vida, já “deu uma de Silas” para tirar o seu da reta. Em casa, no trabalho, no relacionamento… Então, sugiro: vamos nos policiar?
Coisa feia
Confrontado sobre a má fase do Flamengo no Brasileirão (ocupa o 15o lugar na tabela), o técnico Silas respondeu: “não faço gol contra”, em uma clara referência ao erro do zagueiro Jean no jogo contra o Goiás, na última terça, no qual o clube carioca só conseguiu empatar no final.